sábado, junho 24, 2006

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Dentro da fibra de vidro das paredes encontra-se o ar apertado numa redoma de plástico duro e polímeros concentrados em pasta de gesso, filtra-se o ar; está um pano de vidro na janela. A luz refracta-se entre os poros de um oceano refractário.
Devagar, devagar agora. Afasta-se um ângulo e desfocam-se as texturas, lisas e dispostas geometricamente como espigões circulares. Sai uma mão da vista armada, prende-se o branco dos cabelos com o branco da luz coalhado, parece, por uma espécie de janela picotada.
Devagar, ainda, mesmo sem parar quieto. Encontra-se imóvel a luz, mas o ar move-se de forma agressiva, apesar de periclitante. Agressivamente periclitante. Suga-se o suor de corpos que não se vêm mas que devem estar mesmo ali ao lado, porque o ar tem o sabor do sal. A visão repousa numa mesa polida como água de vidro. Pedras de verniz forram a paisagem, ao fundo, numa parede, est, es
Estática. A luz está estática, o ar treme e as paredes estão molhadas enquanto os materiais se misturam uns nos outros, ou contra os outros. A câmara hesita. Está a filmar mesmo de frente para o Sol, que não vê. E isso impede de ver o que quer que seja mais, a não ser silhuetas brancas. Não vê cortinas na janela, a mesa suspira e viu tudo o que se passou nas costas da câmara, na divisão da casa, ainda
Imperceptível, o fim do fim de um conto, a casa está mais viva com a luz que cega, as silhuetas recortadas a branco, os materiais que suam, o tampo de mesa que fala zumbindo quieto, sem se mexer.


Sopra um vento lá fora que a câmara não capta, nos canaviais.











J.

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