Laica, no Espaço.
Não me conseguia concentrar hoje. Isto foi o que fiz: ____________________________________________________________
________________________________________e depois, pus-me a contemplar o que raio tinha acabado de fazer. Levantei-me com a fome do passado que gosto de me lembrar e saí porta fora, para a Laica, para o Espaço, para o horizonte infinito de possibilidades divisíveis como os espaços entre o ar. Reencontrei-me com amigos que já não via há muito tempo, e já não estava doente. Já tinha tido todas as epifanias possíveis do mundo e ainda nem sequer era casado. Tinha vivido mais que o dia de ontem, e o dia de ontem de tão vivido que foi não se repeteria mais; fiz as malas e ainda não eram as setes quando cheguei depois de um ano. Fugi para a estação e os rapaz cheios de pó riam-se com luz nas bocas. Depois lembrei-me de uns dois, três nomes. Consegui respirar fundo, foi óptimo. tinha outra vez dezanove anos. Era porreiro. E foi então que vi, no pontão, em cima de um candeeiro, uma gaivota ria-se, ria-se até se engasgar de tanto tossir e chorar com o riso.
Para as pessoas bonitas.
J.
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