quinta-feira, março 30, 2006

Um ano.

Caraças, um ano. Que diz isso de nós? Esperem um pouco, não importa falarmos disso agora. Vamos...recordar-nos:

Há um ano, éramos caloiros, ainda a descobrir formas novas de viver a nossa curta vida.

Há um ano, éramos como éramos agora: riamo-nos, insultávamo-nos, acreditávamos um no outro.

Acima de tudo, há um ano, penso que acreditávamos na saudade. Ou no poder dela. Nunca nos tínhamos fartado dela ainda.

Há um ano…? Fazia Sol. Temos as fotos para o comprovar. Há um ano fazia Sol, e documentámos a criação do nosso blog em filme.

Em risos, com fé num projecto – obra de arte que ainda hoje existe, esse gesto, sempre sem parar.

Há um ano amávamos a escrita, a música, a vida, Lisboa. Hoje, ainda mais.

Que mais há um ano? Mas será que importa…? Sim, importa muito. Somos tudo o que somos, mas aqui somos apenas parte de nós mesmos – então, como explicar que nos sentimos tão completos? Pelo menos aqui. Pelo menos com todos os leitores, com todas as amizades (e mais…) que criámos ao longo do caminho.

Do Nosso caminho. Da nossa viagem.

Curta, sim, mas todos os dias maior.

Olho lá para fora, e está Sol, como há um ano. Lembro-me do valor do amor, da amizade, das saudades. De tudo aquilo que gostamos de sentir falta, mesmo quando temos justamente tudo isso.
Olho para o lado, para o meu companheiro de escrita (e quem está a escrever este texto?); e tudo parece mais completo. Ainda as palavras, sempre elas.

Olho para o céu, e ainda bem que nuvens intervalam o azul infinito: assim não me deixam ver o que virá, se um dia tentar perscrutar o futuro. Daqui a um ano, quem sabe.

E, agora, podemos fazer a pergunta: que faz isso de nós? Um ano, cheio de textos, piadas, poemas, imagens – momentos? Que tipo de pessoa somos, devido à Navalha, e será que ela tirou algo de nós? Não, quanto muito, deu.

Mas como é possível algo que é nosso dar-nos o que quer que seja?

Está Sol e não parámos de escrever; mas temos tempo... é tudo aquilo de que precisamos. Este dia será mais um, curto, sereno, com a sensação de pertença de quem sabe que por aqui as coisas não faltam.

Quem seremos no próximo ano?...

Olho de novo lá para fora. Repito, para mim mesmo: está Sol, como há um ano.






Então, percebo que não vale a pena saber a resposta.







P.


J.












Obrigado a todos.

João/Pedro.

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