Talvez Outro Ano.
É engraçado ver o ano que se avizinha, como o que passou. Não apenas enquanto bloguista (belo termo…), mas, obviamente, também como pessoa. Mudámos o suficiente, o P. e eu, acho, para podermos continuar a, passados tantos anos de amizade (ok, não assim tantos… quatro, ou quatro anos e meio), estar iguais a nós mesmos, no que é mais importante. Isso deixa-me feliz.
Isso deixa-me descansado.
Quando A Navalha começou, onde andávamos nós? Solteiros e bons rapazes… caloiros de faculdades às quais ainda pertencemos, encantados ainda um com o outro na nossa idiotice tremenda como no primeiro dia em que nos decidimos insultar só parar nos rirmos, no meio da rua. Ok, isto talvez pareça romântico demais, não é…? Não há outra maneira de olhar as coisas, que não seja com uma saudável nostalgia. E, agora que penso em tudo o que queria fazer, talvez tenha falhado, talvez tenhamos falhado em tudo – talvez a Navalha não é, hoje, o que era suposto ter sido sempre – ou talvez tenha sido sempre, justamente, isso. É preciso pensarmos sempre, quase constantemente, nesse aspecto. Mas a obra de arte não pode controlar o artista.
Porque é com um gozo tremendo que, ainda hoje, vejo A Navalha como um passatempo entre dois amigos, saudável e grátes, – um projecto, igual aos tempos em que estávamos nas aulas, cada um com o seu phone na orelha, a ouvir música, trocar bocas, e escrever piadas. Uma obra de juventude, porque ainda me sinto jovem, eterna, que, com sorte, me irá ultrapassar. Algo sem importância, mas porque nos define, porque também é parte da nossa amizade, tem toda a importância do mundo.
E, isso, nunca ninguém me poderá tirar.
Sei que ainda não é o aniversário d’A Navalha mas…
Até daqui a um ano.
J.
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