terça-feira, junho 27, 2006

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Vem comigo, disse a tartaruga, deixa esses conas para trás que não valem nada!
engrenagens a passarem por imagens semi-sólidas em vidros transparentes quando os candeeiros se entrecruzam, velozes, dança um chibo no meio de um arco inscrito na estrada voltaica. Vai-te foder tartaruga, tu gostas de putos novos que eu vi. Por trás dessa tua carapaça esconde-se sei lá eu o quê, eu contigo em cenas não me meto.
Anda lá meu vem comigo e conehcer as verdadeiras tardes diferentes: estou-te a dizer pá, há tantas coisas que te podem dar.
Botas de salto alto, promessas partidas como vidro.
Metas?
Metas, é certo, e os olhos azuis mais lindos que já viste em qualquer rapariga com lábios de lolita. apanha elétricos em andamento e percorre o rio até chegares ao mar da palha e sentires-te como a primeira pessoa a cheirares esse lodo, salgado, das salinas e dos flamingos. Mas tu és um pedófilo não és, tartaruga? Ou já foste? Já fui. Certo, tartaruga, isso é o que todos os pedófilos dizem; mas comigo é diferente, eu sou uma tartaruga.
uma vergtigem no chão mata uma amizade e meia (porque ele estava de mãos dadas com a namorada) e o café e a bifana comprada na roulotte dão a votla ao estômago para o corpo cair na calçada preta e branca, as pedras, pretas e brancas, os padrões pretos e brancos como um vórtex. pausas, matizes e colorações de cheiros do mar.
Então? A tartaruga olhava-me de perfil, nas duas patas, enquanto um cigarro se consumia pregado à boca dela; nunca percebi como é que conseguiam mantê-lo na boca assim. O círculo voltaico ainda lá estava (e atora com pigmeus à mistura que se tinham metido no meio) mas não pude evitar pensar no que a tartarua me teria mais para dar para além do que me disse, para além de todas as sensações e de uns olhos azuis pertencentes a uma boca com lábios de lolita. Pergunta, fiz para mim mesmo nesse momento, poderá um tipo abandonar tudo sem olhar para trás? poderá um tipo abandonar tudo sem olhar para trás porque só assim se abandonam as coisas verdadeiramente, e mesmo que conseiderássemos esta hipotética situação de abandono total quem se encontra logo no início no limiar da porta da outra fase da minha existência é na verdade uma tartaruga mágica com tantas coisas novas para me ensinar nas suas frases crípticas e conhecimento de séculos com um português muito vernáculo e cigarro ao canto da boca, passada pedófila e uma pala num olho, qual camões ressuscitado?
Resposta: Sei lá, talvez.


















J.

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