sexta-feira, outubro 20, 2006

A casa, versão curta.

- Avó…?
Ontem procurei-a, por uma casa feita de paredes de água.
- Avó
Meu netinho, peço desculpa pelas trepadeiras. Habituaram-se a ser agressivas para com os estranhos e a picar com o veneno quem persista em penetrar na minha realidade.
As paredes eram feitas de água
- Meu netinho, é melhor arrastares a tua calma.
Uma falésia à frente, uma serra baixa de verde e florestas atrás. Talvez a tua casa fosse em Sintra, avó. É de noite, e estou de volta ao meu quarto sem saber bem como.
Nas piscina seca e drenada ergui um santuário
- bebo essa água cheia de cloro e folhas mortas que caíam dos pinheiros mansos
- Transmutam-se os rituais da casa.
Suspirares de aço de harmonia ao olhares para a natureza salgada do Sol negro. E fecha-se uma poalha sobre o ar.
- Meu netinho.



Isto é um poema.







J.

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