quinta-feira, outubro 26, 2006

O casamento

A verdade é que não sei bem se a avó estava presa ou era na verdade a rainha daquele lugar; não sei se o neto foi salvá-la ou pretendia apenas compreendê-la no meio do caos que se instalou e tudo contaminou à sua volta. As paredes são de água, mas são sólidas. Sombras crescem debaixo da trepadeira, apenas como se tivessem frio e se quisessem abrigar do vento do mar. O sal não corrói a asa ou as plantas. Fustiga-as, quanto muito. Há muitas casas assim, parece-me, no mundo real. Passo pela costa de Sintra e vejo-as, espalhadas em ruínas, por todo o lado. Amanhã tenho um casamento. O meu sentido de humor casa-se com a filha de um costureiro, da aldeia. Sou um convidado relutante, provavelmente irá chover, mas acho que ninguém se vai importar a não ser eu.

Esta semana tem sido grande demais.


J.

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