sexta-feira, setembro 07, 2007

ano zero

Hoje mato os sentidos.

Não há

Não há

não Há por aqui um único grito. Sobra apenas o toque discreto, de suave loucura. um ritmo de pausas e nada de frenético nas noites que se dividem entre o choro e o sono. hoje a alucinação chega sob a forma de uma cantiga.

– estala-se o pescoço num movimento brusco. é altura. Há sempre uma altura. houve sempre uma altura para qualquer pessoa, em qualquer história. Há sempre uma franja de tempo que preenche os caprichos do destino. eu não acredito no destino. não acredito na sorte. não acredito no esforço. e quase nunca acredito em alucinações.

– acredito que tudo se arrasa. Seja uma cidade, o coração, ou o sistema nervoso. algo há que nos leva a treinar o esquecimento. que nos ensina o tédio para o poder trabalhar. quando me sinto assim, Há sempre algo que não me abandona – não lhe chamo amor.
algo bruto, peço.
um retorno – sonho.


P.

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