domingo, julho 09, 2006

Daisies Of The Galaxy

Uma estrada poeirenta, edifícios em linha junto à estrada (sempre de frente, vejo-a sempre de frente, perpendicular a ela), e, a cinemateca, velha, com néons vermelhos já a caírem a brilharem Daisies of the galaxy. Bem sei, a cinemateca chama-se na verdade Galaxy teather, e as daisies que ele apanha (numa estranha, estranha relação homossexual…) são de um campo de flores ali ao pé, contrariando a cidade pequena, no meio do deserto, bem ao estilo das povoações americanas. Mas depois um som sai-lhe da boca, lábios em forma de “o”, como se de um trompete se tratasse, e isso deixa de ter importância alguma: Mr E e o seu desconhecido amigo, a cidade, o filme em que o mundo acaba (e, aqui, também imagino que é passado no maior silêncio total), a cidade, as flores, quem
sabe, no meio do chão, esquecidas, não cumprida a sua função – tudo deixa de ter muita importância. Era suposto alegraram-no, as Daisies; mas nunca ficamos a saber se elas provocaram ao menos o único sorriso que alguém consegue mostrar, ou imaginar, durante toda a música












J.

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