sexta-feira, março 10, 2006

Depois do Riso parte II (Coroação de um Coração)

E depois do riso?
Depois do riso há o Sol, a lembrança doutros tempos da inocência. Depois do riso, há a simplicidade.
Depois do riso as coisas sabem melhor. De maneira diferente. No ar, não se sente mais o cheiro a ozono, e tudo
Tudo nos lembrará do Verão, do fim do Verão, ou do início da nossa estação favorita.
Depois do riso há a simplicidade. Já o disse, mas sei-o, que é verdade. Depois do riso, desse riso que advém depois de termos percebido a piada escondida da vida, tudo parecerá fazer mais sentido. Coroar-se-ão corações fúlveos, cheios de ar e fogo etéreo, para serem gastos, apreciados, sorridos como quiserem. As pessoas cantarão, baixinho; e de tudo o que me lembrarei será os dias da minha juventude – perdida, entre o fim de uma canção mais especial ou outra, perdida, na boca de alguém que um dia quis chamar o meu nome para eu voltar para trás; perdida, porque a simplicidade perde-se, e perdida, Perdida porque, depois do riso, tudo é
Mais simples.


Tudo é


Depois do riso


Tudo faz o sentido que sempre se tinha suspeitado. Mas depois


Depois há o resto, o fim do dia


O fim da vida


O fim das amizades


De um amor que um dia se julgou eterno


Depois do riso há a lembrança desse riso


E como será, então, esse riso?


Queria espraiar-me, demorar a dizer tudo o que, reverberando entre estes momentos único, ousei “sentir”…



Mas depois do riso, não há a necessidade de sequer explicarmos nada
Alongarmo-nos em filosofias
Dizermos nomes que nos digam algo, sem parar…
Porque



Depois do riso













































J.

(Crowning of a heart.)

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