terça-feira, abril 11, 2006

Pólen

é um cansaço que toma conta da Terra, Dos rios que correm, como palha líquida, por uma imensidão de morte. Já nem o vento sopra, já não guincham as focas quando são mortas, ou eram, por maças duras, de madeira forte. As essências perderam-se todas, e só restou o cansaço. E se o cansaço impedisse que tudo continuasse a viver, sendo no entanto tão forte que impediria, também, a auto-destruição de todas as coisas? tudo estaria condenado a existir; um sopro indelével, como sémen parado, pulsando ainda.
Tud deixaria de ter sémen, e a esterilidade da Natureza tomaria conta de tudo.
Estou cansado. Voltarei daqui a uma semana. Por estar cansado também não terminarei este post. É cliché, eu sei, mas nesse dia maligno, quando o Sol alinhou a tua face com a minha, algo parou por uns momentos -

o que aconteceu a nós, ninguém contou ainda até ao fim.

|