sábado, novembro 12, 2005

Palidez.

A cor das estrelas que pouco vibraram e se sentiu, era de um forte (ou pronunciado, já não sei bem…) amarelo ou desmaiado branco com pó de pérola pela paleta do céu. Um feixe de luz – ali, pertinho – endureceu, talvez, o brilho das papoilas, / uma ferrugem estática de som, enquanto. Os espantalhos, todos, pelos campos girando devagar numa ressonância mista, agonizando, enquanto morriam como quem, desfalecendo-se num ar da mesma cor, sai de cena; talvez nas memórias dos bafos murmurantes e cálidos, das cordas vocais em sangue, se não desaparecessem. Ninguém. Ninguém conseguia sentir ou ver nada excepto ele. A sua língua era uma folha de Outono, virou-se o tempo, mais uma vez, houve a cegueira colectiva pelo enorme prazer suprimido, de todos os traços gigantes
de uma paisagem. Os dragões, aqui, eram mudos, e tão feitos de raízes, ao suspirar-te um açúcar de sol em lágrimas – Ela virou-se numa mão tapando a eteridade e nunca mais falou; anunciou. As árvores abanaram ao doce do vento, tecendo o destino elíptico e da mesmas cores do horizonte, com os seus murmúrios. Se o era, porquê a lentidão. Ou o hipnotismo de um céu pastel e amarelo.
Oh…
Não acredito que de novo se ergam as salgadas fadas de tantas lágrimas que brotam, absorvendo os silvos líquidos de um outro gume de vento húmido…
Não posso negar és tu
de novo…
As calmas ondulações das sinapses, apesar dos murmúrios que se espraiavam numa janela intemporal, ecoaram, todas, pela planície, enquanto, ou se, as tuas /dela íris ainda
Não brilhavam.
Harmónicas ditando uma existência final…
Um gaguejar
Melodioso de um beijo onírico
Ou etéreo.
Vamos todos sair de cena…
Enfrentarmos com suavidade
a palidez da nossa crescente inexistência.

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