sábado, abril 30, 2005

Inlandsis

O monstro oriundo das regiões polares
Surgiu Tornando-se o frio imortal
Ele é o deus que regurgita Cristalizações
de onde vem o impacto
são as toneladas infernais
sem a nova preocupação
O mágico morre quando nasce o passado
e é na geografia das Formas
onde a gigantesca mão cinzenta molda os céus
Que se abateram Os cavaleiros de armadura vermelho rubro
cada sonho violentado Quando o segurar
Para quando largá-lo
É esta a vida a abandonar A tal história interminável
esquecida Novamente perdida
Cada ancião já ferido
Outro sonho já sentido
É aqui Nas profundezas do imortal inlandsis
que se regenera a brutal sinfonia
Mais um coro de vozes roucas a derreter
num mar de chumbo Não sabemos como fugir
Estamos cansados Para sempre presos à certeza
Não mais se poderá encontrar refúgio Mas olha
Olha agora
Para o exército de borboletas negras Elas caminham esvoaçando
sentiremos na pele o nevoeiro que provocam
com o seu divino bater de asas Não lhes toquem
Nem a própria poesia pode ferir de morte o que é belo
Mas voltem Todos vocês (sem rosto)
A esta origem Porque um dia
Tudo começou aqui
E alguns anos passarão até os joelhos cederem tolhidos pelo frio
E na longa viagem do que é profundo Chegaremos
Um dia
Regressamos juntos



A inlandsis.






P.

|