sexta-feira, setembro 28, 2007

de como de um e um não se faz mais.

Agora fiquei preso no amanhã. Penso ver-te, então. Nesse dia que tenho imaginado. E quase que hesito com a ideia. Mas irei para lá rapidamente, se o desejar.
Quero-te assim.
E vou desesperar quando te vir partir. Sei que tenho pouco tempo para decidir, sei que te afastas enquanto me repito neste círculo que não me ensina a esperar, a pouco e pouco começo a pousar as máscaras, uma a uma, despindo-me de tentativas, recusando-me ao subtil prazer da ilusão. Já longe caminha a demora. Estou aqui |Parado| a um pequeno passo da luz deste candeeiro, vou um pouco mais, aproximo-me tanto com um pequeno passo, agora quase. Não te vejo mas entendo o teu corpo, não estás perto mas só penso em tocar-te.
Pede-me que ande
_______________eu vou, irei até ti se ao menos esperares, tu e eu, imagino tudo, já juntos com tão pouco a recordar, tu e eu, se ao menos quisesses esperar por mim nesse escuro onde te sinto apagada. Vejo tão pouco à minha frente. E preciso tanto de ti.
Eu chamo
Eu sei que chamo.
Sem a raiva, sem o choro eu volto atrás no sentir, estou ainda preso nesta piada idiota, por que raio não me respondes, já vais, eu sei, não importa o quanto eu queira gritar porque sei que te vais embora e eu não me canso de acreditar. Com tudo o que tenho e sou em mim, eu só penso em acreditar. Se não te fores eu serei melhor, se ficares, acredita comigo, talvez por invenção do acaso se consiga enganar este sentimento de ausência. Eu posso. Sabes que sim. Sempre acreditaste nisso. Sempre o foste comigo. não tinhas de não ficar.
Não tinhas de te ir embora, olhar ligeiramente para trás onde eu e a luz que agora se esconde atrás de mim acabámos por estacar.
Eu não irei.
Vou ficando por aqui. Sempre a pensar, quase abandonado de mim próprio, vou ficando neste lugar onde o amanhã me mantém preso apenas por não chegar.




P.

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domingo, setembro 23, 2007

Ask DNA

último dia de férias, última noite com os amigos, último resquício do "verão" de 2007. Portanto, apenas isto: Se por cá postei pouco, é apenas pelas melhores razões possíveis: por ter sempre alguma coisa que fazer, por nunca estar em casa à noite e ficar a dormir de manhã (como eu não suporto escrever de tarde...), chegar à conclusão: foi um óptimo Verão, acabou muito bem.

Amanhã caloiras, caloiros, e o resto. Há vida para além disto?

Há; e mais uma despedida para Erasmus; amanhã. Começo a conhecer bem o aeroporto.





J.












E deois íamos todos despedirmo-nos. E antes ou depois eu voltava. Mais ninguém. Mais ninguém. Milhares, há milhare sd enostalgias diferentes; e nehuma delas significa nada.
Mas eu sei que não fui feito para etsar sozinho. E, pela primeira vez na minha vida, é a uma conclusão que chego com certeza.

Coming up: navalha 1.2. agora com mais músicas, vídeos, imagens, e doce de tomate.

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domingo, setembro 16, 2007

O casamento

Casamento ontem. é o primeiro dos meus amigos que se casa. a igreja no sítio onde não conhecemos, o padre simpático que faz piadas, a esmagadora maioria das pessoas que nunca vimos. O meu amigo era solteiro e já não é. E é meu amigo , e será pai, e será um pai. Vai ser um pai em breve. Penso: já não sou novo. Já tenho idade para isto, para estas coisas, para me casar ter filhos, escolher os fatos e os envelopes que vou mandar aos convidados.
(Ou; - já não sou tão novo)
E a tenda, e os acepipes, e um ou dois membros no casamento que bebem sempre mais um pouco, e as pessoas novas que conhecemos porque nos puseram num mesa onde não conhecemos ninguém. Onde talvez não seja suposto! conhecermos ninguém. Enfim, como gosto de dizer: consieremos todas as hipóteses e não mastiguemos as palavras.
Não sei se quero ficar com alguém para sempre. E no entanto quase toda a gente se casa - quase toda a gente quer. Porque é isso o que o casamento é, correcto? fazer-se a cerimónia que simboliza que iremos ficar com aquela pessoa para sempre. A ideia é suposto ser assustadora, mas suponho que se amarmos assim alguém perdemos o medo todo. Simplesmente: Eu não sei se me quero casar.
Mas talvez queira ficar com alguém para sempre.

Ao fim e ao cabo, já começo a ter idade para essas coisas.

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sexta-feira, setembro 14, 2007

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_________________Isto é um poema.
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P.

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terça-feira, setembro 11, 2007

Murcharam
- afirmo-o agora –
O melodrama da morte da beleza assim o quis
por ora, Impera pois sobre a vontade
Resta o prefixo da vida: nascer
que na sua versão
que também na sua beleza
contempla o Belo e o Horror
e as suas formas confundidas.








P.

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segunda-feira, setembro 10, 2007

J. UM PONTO UM

Lisboa está na mesma: o que é terrível e fixe ao mesmo tempo, mudam apenas os cartazes de publicidade, e é como se nunca tivéssemos saído. Encontrar um sítio diferente quando regressamos, não é o que pretendemos, é tão estranho? O calor e a humidade, e os lamentos e chiares das bordas dos passeios e das pedras solitárias. Acho que já vi isto em qualquer lugar.

Hoje deve trovejar, e eu vou imaginar alguns diálogos. A Europa sempre Europa, ou o resto dela – a aldeia dos meus avós sempre a aldeia dos meus avós, e frio, muito frio.

Acima de tudo, por onde recomeçar? Acabei por fossilizar um pouco as minhas pretensões de continuação atrás de noites mal dormidas, suor na testa todo o dia e toda a hora, dentes a estalarem e risos tossidos, o que eu estou a tentar dizer foi que sentia todos os dias ao final do dia a parte de trás dos olhos inchada nas órbitas pulsando, pulsando, a sério literalmente, com o que demasiado tinha visto, todos os dias, pronto para dormir mal chegue a casa e volte a levantar-me depois da pausa para voltar a ficar sem ar lá pelo fim da tarde e ainda enfrentado a noite que vinha aí. O diabo também anda por aí a coleccionar as almas das mulheres.

Eu e o P. Eu e o P. claro.

As coisas ainda andam assim e ainda estão assim, e é precisamente por isso que a navalha TEM que continuar, observando esta transmutação primal de duas almas vencidas pelo passar do tempo e da própria existência do nosso corpo, e regressar, porque: é Setembro. Mesmo que assim seja claro, posso estar e devo estar enganado, o que também é positivo, mais ainda.

E bem, ao fim e ao cabo – não vamos a nenhum lugar.



J.

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domingo, setembro 09, 2007

by this river









Here we are
Stuck by this river,
You and I
Underneath a sky that's ever falling down, down, down
Ever falling down.

Through the day
As if on an ocean
Waiting here,
Always failing to remember why we came, came, came:
I wonder why we came.

You talk to me
as if from a distance
And I reply
With impressions chosen from another time, time, time,
From another time.




P.

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sexta-feira, setembro 07, 2007

ano zero

Hoje mato os sentidos.

Não há

Não há

não Há por aqui um único grito. Sobra apenas o toque discreto, de suave loucura. um ritmo de pausas e nada de frenético nas noites que se dividem entre o choro e o sono. hoje a alucinação chega sob a forma de uma cantiga.

– estala-se o pescoço num movimento brusco. é altura. Há sempre uma altura. houve sempre uma altura para qualquer pessoa, em qualquer história. Há sempre uma franja de tempo que preenche os caprichos do destino. eu não acredito no destino. não acredito na sorte. não acredito no esforço. e quase nunca acredito em alucinações.

– acredito que tudo se arrasa. Seja uma cidade, o coração, ou o sistema nervoso. algo há que nos leva a treinar o esquecimento. que nos ensina o tédio para o poder trabalhar. quando me sinto assim, Há sempre algo que não me abandona – não lhe chamo amor.
algo bruto, peço.
um retorno – sonho.


P.

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