quarta-feira, novembro 30, 2005

assim; como deveria ser.

Queres todo um mundo ou apenas pequenas partes? Sabes que te quero, Eu, sim, em todo este tempo o vejo, um mês de verão que se agora foi esquecendo, não me deste esse tempo, Que tempo?, todo o tempo, que é demasiado. Serei eu um tolo, a tremer, como toda uma Califórnia de terramotos Serei eu, tenho a minha mente em ti, Compara-me; Lixe-se o mundo; Quero-te a ti, Pois bem, sim, seria real fosse isto um susto yeah yeah, oh não, assim o ouço, esse ritmo só me resta quebrar, dançar, como guloseimas para ouvidos tresmalhados ou apenas notas de rodapé desconexas; seguro-me apenas ao ar numa queda assim, de bons e maus tempos, É um susto? Um susto. E podemos acelará-lo, what a voodoo child am i não falta mais nada, claro, pouco de nada ou assim tanto porque sim, pelo que é facto pois de facto Não sei por que razão tem de ser assim, e já me fazes suar por tanto esforço por um pouco de atenção, parece que me pisas e assim danço, uma mescla de harmonia e sinfonia ou uma simples ode ao patetismo, Fazes-me assim, como construção de areia perante a água, que é ondas, e o que digo, que toda essa insanidade em que se mastiga a realidade, E dou-me, feito oferta que respira, que sabe que nada mudará esta forma louca ou apenas tresloucada que aprendemos a habitar. E há som, parece difícil de definir onde se deu o inicio, mas este, O inicio, ele antecipou-se, existindo: Há algo neste futuro que se crispa e que só assim

Dança.




P.

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segunda-feira, novembro 28, 2005

Jeff Buckley
















Descrição


Quando, no meu post com as minhas vinte bandas preferidas, deixei de fora Jeff Buckley, o erro foi intencional. Queria, e sabia, que o tinha de colocar lá, mas a verdade é que a obra de jeff Buckley tem, no seu caso muito particular, ser vista como um todo. E quem é, ou quem foi, Jeff Buckley? Do ponto de vista do escriba, Jeff Buckley é o seu herói musical, enquanto músico na verdadeira acepção da palavra. Ele é, felizmente, muito mais que isso. Jeff Buckley é dos maiores cantores / compositores do fim de século, perdido antes do seu tempo por uma morte prematura, cujo legado, apesar de parco, ainda entre nós vive e não é esquecido - e, para quem apenas editou um álbum de originais, o trabalho não é tão parco assim. foi, na verdade, na sua curta vida musical, absolutamente frenético. Contar aqui a história da sua vida não é o que se pretende aqui; antes, procurar-se-à concetrar-se na sua música, sem dúvida sublime, sem dúvida intemporal.



Música


Pop; entre todas as definições plurívocas que a pop pode abarcar. Rock melódico, talvez, antípoda do novo ( estúpido) movimento de reconhecimento do glum , do qual os coldplay fazem parte; contudo, não concordamos com esta posição. é pop, é rock, é o que quiserem que seja; é preferível, decerto, dizer que é Jeff Buckley . Quem ouve e ouvirá sem dificuldades percebrá que o estilo de música deste músico era sem dúvida singular - e ímpar.



Impressões


E aqui se tornam as coisas difíceis. Díficeis, somente no aspecto em que se terá de se tentar ser o mais neutro e frio, objectivo possível, quando na verdade o que apetece é tecer os maiores, mais intermináveis, elogios. Jeff Buckley tem a voz mais bela desde que o mundo é mundo. Arrepia, faz-nos sentir pequenos. A sua sensibilidade é inexplicável, com as mais belas canções de amor, que o eram mesmo sem ter o amor presente, em palavras ou nelas descritas. Já o dizia, nos seus escritos: sad songs are love songs. O que criou, na sua curta vida, foi uma homenagem à música, ao rock, e à beleza inerente a eles. Conheci Jeff Buckley pelo P. , se não me engano no meu décimo ano - e ele conhecera, julgo, pouco tempo antes, por um frequentador também deste blog. tê-lo conhecido, claro (claro...) mudou em parte a nossa vida, no sentido de olharmos para a música antes de o termos encontrado, e depois. Os seus álbuns não estão parados no tempo, são eternamente um tributo à música grandiosa que fez e podreia ter feito muito mais, e ali, sempre, à espera que o descubram, e embarquem, com a sua voz, na viagem que um dia quis cantar para nós.



Discografia


Jeff Buckley apenas editou um álbum antes de morrer, aos 30 anos, no rio, de paragem de digestão, ou afogamento. Esse álbum, eleito unanimamente como dos melhores do ano, quando saiu. em 1994, foi simultaneamente o seu primeiro e último, enquanto vivo. O seu segundo álbum, My Sweetheart The Drunk, tinha acabado de ser preparado, e ia ser tocado pela banda, que chegava ao estúdio, no dia em que morreu. Outros álbuns seguiram-se, ao vivo e com versões de outras músicas que tocou. os álbuns principais estão assinalados a negrito, apenas, como é óbvio, dois.


Grace, 1994
Grace EP, 1994
Live from the Bataclan EP, 1995
Live at Sin-é, 1995
Sketches For My Sweetheart The drunk , 1998
Live a l' Olympia, 1999
Mystery white boy, 2000
Live in Chicago (DVD), 2000
The Grace EP's, 2002.



Músicas chave


E, aqui, encontrar-se-à a verdadeira razão do não incluimento de Jef Buckley na minha lista; porque as suas músicas, pelo menos metade delas, nunca foram publicadas em álbuns; circulam antes pela net, gravadas em concertos de bar, e programas de rádio, que Jeff deu. Aqui ficam as minhas preferidas.

Mojo Pin
Grace
Last Goodbye
So Real
Allelujah
Lover, you should've come over
Everybody Here Wants You
Opened Once
Morning Theft
Vancouver
I know We Could Be So Happy (if we wanted to be)
Demon John
Satisfied mind
I woke up in a strange place
what will you say
sweet thing

entre outras. de se referir que nem eu nem o P temos a discografia toda- nem sequer as músicas todas. àlbuns nosso, são apenas os dois de originais, e o live a l'olympia.



P.S. Jeff buckley faleceu dia 17 de Novembro - o seu aniversário foi, ainda, pelos fãs e amigos, comemorado.

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domingo, novembro 27, 2005

Experiências Shamânicas.

- Lembras-te das noites em que dormimos?
- É tudo névoa… os tentáculos do Sonho cativaram-me
- Foram experiências shamânicas…
- Encontraram lugar por todas as paisagens que percorremos, embriagados.
- As estrelas escorriam pelo céu como sangue, uma vez
- E outra, o clarão de luz espelhado nas planícies de cristal era tão grande…
- Repetimos. Os passos e os segredos por desvendar, enquanto esquecia o teu nome e via searas a perder de vista, de metal fluido
- Nos meus olhos por vezes plantavam agulhas na depressão dos ventos…
- Não sei como enterrava o sonho, não sei como me entregava ao silêncio, quando testemunhava todos aqueles assassinatos…
- Das corujas…
- Cascos de navios a insurgirem-se silenciosamente entre as ondas de cascalho deformadoras
- Tudo o que tu viste, era tudo o que eu vi…
- Ainda perguntas… Quantas vezes fugimos de cidades a arder, auto-devorando-se como vírus, os comboios a criarem os seus trilhos com os ossos dos passageiros, por entre o céu em espirais de fósseis de baleias inflamáveis…
- Percorremos as margens do rio de enxofre gasoso, de um lado ao outro
- Abrimos sulcos nas nossas veias e tudo o que escorreu foi…
- Seiva cinzenta…
- Pensamentos impuros de menstruação…
- Esperma da cauda de cometas que vi, da vez em que estávamos presos a um quadro vivo, verde acinzentado e rosa, e éramos árvores…
- Agarro-te; agarro-te agora que não me podes fugir, escapar, porque ainda ouço vozes
- As vozes…
- Cassandra Gemini
- A nossa cama era um destroço à deriva, rasgada pelos sulcos dos bambus afiados que dela irrompiam, cada vez que não existia não mais luz
- Outros negrumes envoltos como líquido nas penumbras dos nossos corpos…
- Não sinto mais o frio das cataratas de azoto líquido na periferia daquela cidade de espigões de cristal
- Perdi-me no Tempo; perdi-me enquanto me nasciam Luzes nas íris, outrora apagadas pela bruxa que te raptou, cravando-te as suas unhas como lanças em planaltos ondulantes e pantanosos, tóxicos
- Neptuna Aries…
- Foge; temos de fugir – rápido, rápido, antes que nos encontrem, temos de nos sentir todos fora daqui e sabermos se ainda somos reais, antes que descubram que os pontos magnéticos que existiam nas nossas mentes são afinal buracos negros, vem, vem por favor comigo, desiste do Sonho, Enterra o Sonho, esquece que um dia te prometeram tudo menos o possível Eles vêm aí, por favor, responde-me, ouve-me, preciso que me digas que existo



















J.
(fim, propositado)

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sexta-feira, novembro 25, 2005

"Estás Motorista"










Tenho exame de condução amanhã.







J.

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quarta-feira, novembro 23, 2005

Outros dias, sem as tuas mãos...




...não seriam tão interessantes.














Um beijo,


P.

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segunda-feira, novembro 21, 2005

WRAYGUNN




Discografia

Amateur EP (2000)
Soul Jam (2001)
Eclesiastes 1.11 (2004)

Descrição

Liderados pelo Carismático vocalista Paulo Furtado (também conhecido pelo seu projecto a solo Legendary Tiger Man), os Wraygunn fazem parte de um núcleo duro musical com epicentro em Coimbra, que conta com bandas como: Belle Chase Hotel (dos quais dois membros fizeram parteda formação original dos wraygunn), Tédio Boyz (antiga banda de Paulo Furtado, que viria, através de outros dois mebros, a dar origem a uma das maiores bandas na cena punk inglesa nos últimos anos, os The Parkingsons, Quinteto Tati, entre outras badnas

Música

Rock, blues, gospel, funk, you name it; trata-se, essencialmente, de um exercício musical tecnicamente dotado, enérgico, com uma forte influência de sons norte-americanos (um pouco reflexo das digressões pelo underground americano efectuadas pela antiga banda de Paulo Furtado, os Tédio Boyz).

Impressões

Os Wraygunn são considerados, desde o seu primeiro álbum de estreia, Soul Jam, uma das novas grandes bandas portuguesas. Actualmente, devido ao seu sucesso em França (mais de 5 mil álbuns vendidos), são também das bandas portuguesas com maior projecção internacional.

Músicas Chave

Lonely
Snapshot
Doctor Phd
Gunn
Under my skin
Drunk or stoned
Keep on prayin’
Juice
I’m your lover man
Sometimes i miss you
She’s a spead freak
All night long





Entre outras…




P.

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domingo, novembro 20, 2005

Cartas abertas, parte I

Exmos. Senhores



Venho por este meio informar-vos que sois todos uns cornos. Não vos suporto, não posso com a vossa existência imbecil. Vocês dão-me raiva, fazem-me querer bater-vos com cães mortos até que ladrem. Os cães, não vocês. Sinto injusto não me referir em particular a cada um de vós, portanto vou fazê-lo sem ordem de ódio; para não se considerarem importantes, meus merdas.




Caros Bollycaos:
Começo já com vocês, porque sim. Vocês são umas bichas, não vos suporto. Não tenho nada contra brancos nem nada contra pretos, MAS VOCÊS SÃO BRANCOS, CARALHO!! Foda-se! Mas vocês acham que é por usarem bonés ao contrário, fatos de treino brancos e brincos de vidro a imitar diamante nas orelhas que as pretas ou as brancas vão gostar mais de vocês?? Só as bollycaos, que em vez de vocês, anormais, queriam era um belo de um preto. Arranjem uma vida, pá. Ela resume-se a muito mais que passar o dia todo a dar voltas à escola secundária da “dama” com o vosso carro com os vidros abertos e kizomba em altos berros. Ou uma pistola; também serve. Para se matarem, digo.




Cara Onda nu-metal:
Não vales um caralho. Não vales mesmo, meu deus. És uma merda! Da tua égide saíram bandas com seether, sum 41 linkin park, evanescence, good charllote blink 182 simple plan, 3 doors down, limp bizkit, todos os álbuns de offspring a partir de americana, e os últimos álbuns dos korn. Notas alguma coisa em comum? Pois é: as bandas são todas uma merda. Incrível! Que raio estava o grunge e o rock a pensar quando decidiram foder juntos naquela noite bêbados? Destruíste bom gosto e puseste jovens sem cultura musical a berrarem enraivecidos com a cara vermelha à beira de uma apoplexia a dizer que nu-metal é a melhor merda que deus ao mundo deitou desde que a música existe. Fica fora de moda o mais rápido possível pá. Ao menos com os videoclips de hip hop ainda me rio.


Caros gastrenterologistas:
Vão-se foder.


Caras freaks do bloco de esquerda:
Rapem a merda do pêlo que têm debaixo dos sovacos e tirem a merda das rastas. Não é ser de direita tentarem parecer mais bonitas, estúpidas! Chissa, mas vocês não percebem que essa floresta toda é nojenta? Cortem esses arbustos pelo amor de deus.


Cara Leonor pinhão:
És mesmo uma puta. Os teus artigos na bola à quarta feira são uma autêntica merda, mas gostava de saber se ficavam ainda piores se chegasses a aprender a escrever.


Caro Marcelo Rebelo de Sousa:
Fazemos uma aposta: eu aposto que não és dono do conhecimento universal. Se ganhar, enfias todos os livros que apresentas todos os domingos e que supostamente lês pelo rabo acima. E não, desfazê-los em pasta de papel não conta.

















J.

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quinta-feira, novembro 17, 2005

Popvert

(escreve uma carta a ti mesmo)

Ele
Abre a boca e solta as mandíbulas,
Pede:

- Não me roubem o sol que não me pertence Nada, o absolutamente nada, a escuridão, Total e Absoluta, pelo que és,
Popvert entrando noutros locais ácidos, V
- Vias algo de Errado


não sei se te ouça, como seja se nos sentíssemos…

e assim me ouvias, nas paisagens desfocadas de uma voz, Ela
faz o melhor que pode mas quer-se, Sim,
Serei todo meu inimigo, quando te vir em mim
- Já senti tudo isso, antes

Em todas as maneiras O que vias?








Queres a certeza, queres O desejo ensaiado, robusto Pretexto Numa sociedade mista de máquinas e homens-serpente Do tempo alucinatório

- Fugiste de uma cidade de espelhos copulatórios


Que eles precisam
É
















Tudo aquilo de que precisam.

















J/P

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terça-feira, novembro 15, 2005

Lost in translation.

"city girl...

you're beautiful

i love you -

i do.

i do."



Kevin shields - city girl.







J.

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segunda-feira, novembro 14, 2005

Eels










Discografia
Beautiful freak (1996)
Electro-shock blues (1998)
Daisies of the Galaxy (2000)
Souljacker (2001)
Shootenanny! (2003)
Blinking lights and other revelations(2005)


Descrição
Liderados por um compositor, Mr. Everett de seu nome , os Eels são uma banda norte-americana com uma carreira extremamente consistente e que, com a sua qualidade, conseguiram criar um estilo bastante próprio, não sabendo, diga-se, fazer um mau álbum.


Música
Com melodias bem construídas e letras de um vocalista que entrega a sua própria vida ao que escreve, num só álbum podemos ter, lado a lado, sem destoar, uma música de uma beleza particularmente triste e um bom exercício rock. E fazem sempre sentido, porque é Eels.


Impressões
Trata-se de uma banda que o J. e eu já acompanhamos há um certo tempo e, por certo, aproveitaremos uma próxima passagem deles pelo nosso país para assistir. Será, porventura, um dos nossos must go. A música, por si só, tem força mental; é bem construída; variada. Daisies of the Galaxy, por exemplo, é um álbum com uma aura bastante positiva. Electro-shock blues é totalmente o inverso. Beautiful Freak, por seu lado, é mais ácido a vários níveis. Temos, portanto, muito por onde pegar.


Músicas Chave
Com uma já longa carreira, e tendo em conta que eu e o J. conhecemos a discografia toda, a verdade é que será difícil definir quais as músicas favoritas de cada um; ainda assim, aqui vão algumas opções.
Susan’s House
Rags to Rags
beautiful freak
Not Ready Yet
My Beloved Monster (do filme Shrek)
Efil’s God
electro-shock blues
Last Stop: This Town
Climbing up to the Moon
I Like Birds
daisies of the galaxy
Something is Sacred
Selective Memory
Mr. E’s Beautiful Blues(untitled – do filme Road Trip)
Souljacker pt.1
World of Shit
Saturday Morning
Numbered Days
Fashion Awards
Trouble With Dreams
Last Time We Spoke
Old Shit/-new Shit
Hay Man(Now You’re Really Living)

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sábado, novembro 12, 2005

Palidez.

A cor das estrelas que pouco vibraram e se sentiu, era de um forte (ou pronunciado, já não sei bem…) amarelo ou desmaiado branco com pó de pérola pela paleta do céu. Um feixe de luz – ali, pertinho – endureceu, talvez, o brilho das papoilas, / uma ferrugem estática de som, enquanto. Os espantalhos, todos, pelos campos girando devagar numa ressonância mista, agonizando, enquanto morriam como quem, desfalecendo-se num ar da mesma cor, sai de cena; talvez nas memórias dos bafos murmurantes e cálidos, das cordas vocais em sangue, se não desaparecessem. Ninguém. Ninguém conseguia sentir ou ver nada excepto ele. A sua língua era uma folha de Outono, virou-se o tempo, mais uma vez, houve a cegueira colectiva pelo enorme prazer suprimido, de todos os traços gigantes
de uma paisagem. Os dragões, aqui, eram mudos, e tão feitos de raízes, ao suspirar-te um açúcar de sol em lágrimas – Ela virou-se numa mão tapando a eteridade e nunca mais falou; anunciou. As árvores abanaram ao doce do vento, tecendo o destino elíptico e da mesmas cores do horizonte, com os seus murmúrios. Se o era, porquê a lentidão. Ou o hipnotismo de um céu pastel e amarelo.
Oh…
Não acredito que de novo se ergam as salgadas fadas de tantas lágrimas que brotam, absorvendo os silvos líquidos de um outro gume de vento húmido…
Não posso negar és tu
de novo…
As calmas ondulações das sinapses, apesar dos murmúrios que se espraiavam numa janela intemporal, ecoaram, todas, pela planície, enquanto, ou se, as tuas /dela íris ainda
Não brilhavam.
Harmónicas ditando uma existência final…
Um gaguejar
Melodioso de um beijo onírico
Ou etéreo.
Vamos todos sair de cena…
Enfrentarmos com suavidade
a palidez da nossa crescente inexistência.

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sexta-feira, novembro 11, 2005

039.

Hey! Acorda, que estão a chamar por ti. Sim, um tal de grito de inspiração. Que te quer ele? Pois. Também me acontece disso, por vezes. Parece que somos invadidos por uma névoa de sentimentos perturbados em que todo um mundo desaba sob a violência de um sentimento que é isso, seja lá o que isso for. E é assim. Porque um poeta é sempre maldito, ou melhor, fala de amor como campos de flores (caso seja correspondido) ou um constante estupor de lágrimas (caso não seja correspondido), Oh como sofre, esse tonto. Agora a sério: se fizerem uma pequena retrospectiva sobre o que já leram que se intitulava “poesia de amor” por certo que perceberão que muita, entre ela, é apenas adolescente e bucólica. Como se de um velho se tratasse. E nem há assim tanto mal nisso, o problema é quando vemos que as pessoas se levam demasiado a sério – já escrevi tanta porra sem jeito nenhum ao longo da minha vida que até perdi a conta, confesso. E depois pensei, Que porra. E sorri. Não mais voltei a escrever um único “poema de amor”, [pelo menos em moldes como, oh minha virgem pálida, como te amo e afins (bem, pelo menos disso nunca tinha feito, anyway…) . ] Mas dizia eu, não voltei a escrever nada assim o que é curioso pois só nesta altura da minha vida me sinto à vontade para dizer uma palavra assim…Amor. Fiz um exercício de quase disciplina e já não mais me dedico a extensões dissimuladas do que antes apenas ousava tentar provar. Agora sinto-me com amor. E apaixonado. De tal modo que tenho cada vez mais gosto em escrever e cada vez vejo mais as letras como um desafio. E isso é bom. Certo? – Pois. Porque, percebo agora: à minha namorada dedicarei apenas o pleno. E que porra, se me chamam de romântico.
Quero apenas escrever-lhe – como agora.
Mas do J. preciso também de dizer algo. Ele anda a crescer mais a este nível do que pensar; anda a espraiar-se, como ele gostaria de o dizer. E penso nele, isto é, quando penso em poesia lembro-me dele. Não falo de versos tresmalhados de ovelhas bacocas. O puto tem nível, é verdade. Anda a querer. Mais e mais. E ele percebe-me: perante isso só lhe resta pegar na caneta (ou sentar-se ao computador) e continuar.

A Navalha agradece.





P.

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quarta-feira, novembro 09, 2005

OLD JERUSALEM



(a partir de agora, todas as segundas-feiras, postaremos um post com uma banda específica - esta semana a impossiblidade deveu-se ao tempo recente do post anterior, o manifesto da navalha)



DESCRIÇÃO


Old Jerusalem é um relativamente desconhecido cantautor (relativamente - milhar e pouco de discos vendidos, talvez) português. O seu primeiro álbum, April (na foto) , foi eleito por muitos periódicos e semanários como o melhor desse mesmo ano, 2003. A editora, Bor Land. O seu desconhecimento é elevado por entre os próprios ouvintes da música portuguesa. Poucos concertos, e saídas algo obscuras nas lojas de discos, e fnacs, um pouco por Lisboa e Porto fora.


MÚSICA


folk, mas muitas vezes, é apenas uma solitária guitarra, com umas batidas lentas, sempre iguais, ao longe. Não é, e não pode ser, só folk. Anda por aí uma nova definição (no qual os coldplay e keane seriam os expoentes máximos) que refere que é glum tudo o que seja algo mais intimista, e importante demais, ou calmo demais, para ser pop. Old Jerusalem não o é. A música é, acima de tudo como já se disse, intimista.


IMPRESSÕES


eu e o P. adoramos, achamos que os dois álbuns de old jerusalem (April, o primeiro, e Twice the humbling sun, o segundo) são obras-primas da música portuguesa no início de uma nova década musical em portugal, marcada por um caldeirão a borbulhar de novas e diferentes experiências e estilos. Música calma e bela no seu melhor.


MÚSICAS CHAVE


Quem não encontrar (o que será comum) e que tiver a sorte de encontrar algo em algum programa de partilha de ficheiros, que saque:


wither; stroll;
beauty is a tear;
call;
vernal passing mood;
180 days;
o joy of seeing you;
one, i should know;
you to the east, son;
a feast of outr communion;
entre outros.














J.

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domingo, novembro 06, 2005

O Manifesto d' A Navalha

Manifesto d’A Navalha

: Que se defina como relativa; - Como crer. Concretizações laminadas e delimitadas, e poderemos avançar com a força rodada de uma corrente eléctrica ao contar até três; progredir – temos uma razão por fantasiar, Quem nos disse que tudo o que era fantasia se desmembrou enquanto toda esta religião se auto-criava; Ver. Sentir o propósito indefinido, escravos de um abismo convexo ainda por implementar,, A Uma Qualquer besta, ergonomizando-nos. Tributo. Identidade. Movimento. Navalha.
; Movimento em notas de rodapé pelas existências das pessoas

:
Assim:
- Manifesto. A concretização escrita de um movimento, como se fosse a prova de uma existência
Que se quer concreta
Não Tardava, não era cedo, ouvimos algures. Mas, que absolutamente? Por entre todas as filosofias herméticas, niilistas, prosaicas ou artísticas – a nossa se poderíamos exigi-la, os Tempos que rugem. ; Ou - As vírgulas dos nossos pensamentos espalhadas por aqui
; outro

Este tempo
-VV
– ,Na nossa forma idêntica, a dualidade das nossas existências espalha-se neste nosso Objecto. No nosso culto, a ele, como se o reflexo dos nossos pensamentos nos cegassem enquanto são visto devorando a luz própria das verdades, que aceitamos, não
– Não nos odiamos lenta ou furiosamente, vamos construindo tudo, palavra
por palavra peça
por peça.

) Refrão (
Liberdade, Liberdade,
Liberdade

Como se dissessem que Este é O Outro Som;. Néscio. Tudo o que se vê é negação, nesses inconformados insolentes ao canto a que pertencemos, –
Dizemos:

Que as luzes desfocadas, a palidez por enegrecer, é chegado o tempo, a ideia, e a percepção;

De Conceber. O que se desfaz, O momento em que se abate sobre nós cada lasca de lucidez prestes a trespassar, sangrar, crescer Temos algo a descobrir na iminência das palavras, Elas, não fogem; – portanto encandeia-se, luzes? Desfocadas, esse crescendo incrível! ,que nos fizeram quando decidimos abraçar a mais incrível neutralidade do impossível, e então…
Novo, novo ponto: – desfaz-se
Tudo à nossa volta com a verdade dos gumes que estão escondidos em todas as almas esperando a implosão por fora. A Navalha é música,

– A Navalha é música, é dogma inútil de arte multifacetada, suspiros de arquitecturas abstractas, jovens hooligans com mais, Talvez devêssemos, admitir esse mesmo sentimento deles, Temos de pertencer,. Quebrar os nós dos dedos ao alongar a desfaçatez abstracta, Ele fomenta-se em todos, sentimo-nos dentro devorando-nos com a implosão irresistível do impróprio mundo das ideias, saber da bruta persistência –
– Deveriam seguir
- nos
Mais abaixo, mais disperso, o plano revigorado simples e potente; glamorosa devassidão – –
Voltar,. Percorrer o prostituto Objecto, lamber as feridas famintas Estamos agora liquefeitos – E o acontecimento propaga-se.

Se o que queremos seria, como dizer, lapidar brilhantismos ou apenas a suave absolvição, Redenção, Evoluir e nesse ponto por ponto na prismatização perene, poder satisfazer o gerador de
Incongruências, podem; mas questionamos como se isso
nos importasse
Será que nos podem ouvir?
, somos os geradores de todo este ritmo, mas temos de nos sacrificar para nascermos nos vossos crânios, sedentos por estrelas, rindo-se todos,
Todos De eles Verdades Destas, verdades, todas:
Se –
Seria mentira falar de amor,. Seria; mentira não amar
– A Navalha ama todos os seus filhos dos horizontes que não afinal conhece, espraiando-se por planícies abstractas de vidro líquido, ou só planícies.
Pontos de exclamação, por favor. Impróprios festejos de um nascimento tão esperado quanto impossível, um dia o sangue das estrelas insurgiu-se a não sair de uma caneta, e assim aconteceu a transmissão mais real de uma Ideia brilhante, como a cinza do esperma de todos os pensamentos. Temos de sair daqui, gritam os piratas, cantam as dançarinas de sinfonias mudas, berram os estilistas com os olhos queimados, enfim. – ; E questionam vocês – tanto quanto nós o,
– O que é a Navalha
?, se a interrogação não tem resposta então tudo vale, como na última, grandiosa, noite de sexo mentalmente explícito dos eunucos. Sai por essa porta tornado os músculos do teu corpo em fluido inconcreto de moldar mundos de outros significados para outras realidades possíveis,, inventa uma história, e
sim, próximo ponto Adm, admitamos que
adm
A Navalha não se compadece.
Sim, eu, ;– Admitamos que somos os mestres de nós mesmos
Ou seja,
Ponto por ponto
Por ponto.
.
E não nos preocupamos com nada; seremos. Manada de duros convictos das suas imperfeições, perfeitas redefinições, vendados profetas do seu próprio gorgolejar, batidas
Batidas.
Batidas – sentidas ou A estagnação de amores por oceânicos desertos de imaginação; agora, aqui Mas, e quando, interrogação se estas páginas açucaradas nos protejam da sua implosão óbvia, se ocorrer. Demasiadas palavras, demasiadas mãos abertas ou convexos copos de versos brancos, assim numa espécie de toada lumi-numi-pontiscente de adrenalina silenciosa. Ou sagas, – seremos de sagas.? Ou portuguesismos e aforismos de heretóstratos. Voemos, tenhamos toda a calma possível mesmo quando a palavra, desmembrada,
Minha voz
ser apenas uma entoação. Navalhas em olhos de rios; Ou
As águas turvas de introduções
Completamente óbvias
A Navalha, O santuário. Pleonasmo de violência desdita, imprevista, sodomia revista – Nosso monstruoso plano do fenomenal; metáforas tresmalhadas quando tivermos ou Teremos tanto por dizer quando começarmos a criar já não sei bem como
Segurem-nos. Libertem-nos e voltem a prender cada momento inanimado de escrita
Será, força
Será desejo Será
- Navalha.
Fenome
nal.
Estamos à espera da viagem soporífera na parafernália indiana ou, ah sim grávida, dos nossos pais incertos, Mulheres que se formam enquanto os pensamentos nocturnos reverberam em outros gritos de necessária criação,raspaaaaaaando em todos os tecidos;
Aquilo que nunca acaba outrora sacrificou-se para a existência do niilismo desalmado,
esperem
– Sim, faz todo o sentido que nem sequer falemos. Nós somos em todos nós mesmos em gerações, ponto, Todos,
Nós. E em cada um.
Desde sempre e mais um tempo. Outra palavra. Cada letra. A que nunca acaba.

E com essa crueza. Poderemos postular cada sabre de palavras como são as mais sinceras aspirações. Navalha é criação. Um ponto breve de futura inexactidão.
Exacto?
; Ou então :
Por certo que há pretensiosismo em tudo isto (e como o prezamos, ao q)ue, ao que A Navalha é imensa. Sintaxe distorcida. Felino medo pelo que é fácil. Desa
f
io;, A quebrar.
Por mais que as vozes resvalem para mitos e significações submetidas a todo um conjunto, será conteúdo instável(reticências?)Não a adormeçam, Àquela que vos corta, A coisa que nos sente, cada qual desperta a flectir num plano invertido como quem cresce sob os joelhos desfeitos. Como é que nos fala
- ?.

Pilhas carregadas.

Log on

Activo é o sentido desconexo que nos perpassa.
N
av
A
Lha [somos todos nós]
?, É semente que se espalha prestes a turvar a luminosidade latente. E que cadência Esta; e essa voz, que nos diz; , Esse conhecimento anti tético |Narrativa perplexa |é amor sentir a carne rasgar-se, é rumor senti-la crescer. Mas ela cresce,
Navalha. E ela vive.
Navalha.
E é,
Na
- Num estado de senilidade voluntária, vá lá, que diriam se contássemos que tudo começou quando o que havia era Nada? | Noções provocatórias incandescentes | Que tão, mas tão tão: - Adorável.
Simplesmente.
Como fio profundis a pender sobre o peito, em tons de cobre Olhem vossas mãos – como nossas – Tantos versos em estado encefálico Tanto cinzeiro prateado prestes a ser sincronizado Tanto labirinto em forma de diamante roxo a querer rrrrrrrrebentar em surdina

Como nós.

E o que seremos, senão…
Tudo estórias de uma história. Todo o papel a espraiar-se como se estendesse cada músculo fingido e mirrado ao ponto (por ponto) de o ouvir estalar.


“Minha voz. Outras vozes”. Dar-nos-emos vida no nosso conto de N. – Para sempre na nossa questão – como seria possível,
acabarmo-nos?
Assim seja.







…And shut the door.


























J. P.

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